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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Restauração Familiar

por Luciano P. Subirá





Deus deseja sarar as famílias! Penso que esta é uma das mais belas expressões da reconciliação. Em sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo falou sobre reconciliação familiar:
“Ora, aos casados, ordeno não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case, ou que se reconcilie com seu marido), e que o marido não se aparte de sua mulher”. - 
I Coríntios 7:10,11

Deus não se agrada do divórcio. Na verdade, a Bíblia diz em Malaquias 2:16 que Ele detesta o divórcio. Embora, haja situações em que o divórcio seja inevitável, as Escrituras nos mostram que a atitude do cônjuge cristão não é a de aproveitar para sair correndo reconstruir a vida com outra pessoa, mas manter-se aberto à reconciliação.Um milagre que o Senhor deseja operar na vida de pessoas que tiveram seu relacionamento destruído é este! Não é algo automático, da noite para o dia, envolve muitos concertos e acertos, mas é algo glorioso. Por muitos anos tenho sido uma testemunha ocular de inúmeros lares e famílias que foram restauradas pelo poder de Deus e mediante sua Palavra. O Senhor declarou que usaria a vida de pessoas para promover este tipo de ministério. Referindo-se ao ministério de João Batista, que foi comparado ao profeta Elias pelo tipo de seu ministério, Deus disse:

“Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição”. - 
Malaquias 4:6Deus deseja converter corações que estão endurecidos e distanciados pela mágoa e ressentimento. O Senhor deseja sarar relacionamentos familiares. A Bíblia nos mostra isto em vários exemplos bíblicos de reconciliação familiar.
EXEMPLOS BÍBLICOS DE RECONCILIAÇÃO 

A parábola do filho pródigo, contada por Jesus em Lucas 15:20-24 é um exemplo disto. Aquele filho traiu e abandonou seu pai e família. Depois de ter perdido tudo, volta arrependido, esperando ser recebido como um empregado, imaginando ser impossível voltar a ter o mesmo relacionamento de outrora. 
Contudo, aquele pai amoroso, à semelhança do que Deus faz conosco, recebe aquele filho de braços abertos, com todas as honrarias possíveis. Este é um quadro daquilo que Deus deseja fazer em sua família, ou que, através de sua vida Ele deseja fazer na família dos outros. Encontramos no Velho Testamento uma história de contenda entre dois irmãos:

“Passou Esaú a odiar a Jacó por causa da bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e disse consigo: Vêm próximos os dias de luto por meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão.” - 
Gênesis 27:41
Devido ao ódio de seu irmão Esaú, Jacó é obrigado a fugir de casa para preservar sua vida (Gn.27:42-45). Jacó acabou passando cerca de vinte anos distante, mas ao regressar, ainda temia seu irmão. E orou ao Senhor, pedindo que intervisse naquela situação. E o resultado foi semelhante ao que o Senhor deseja produzir nos familiares ressentidos de nossos dias:
“Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.” - Gênesis 33:4

Somente Deus pode mudar corações amargurados e promover o perdão. Lemos também acerca de José e seus irmãos, uma família que conheceu a divisão (e posteriormente a restauração e o perdão):

“Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e trazia más notícias deles a seu pai. Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente. Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos; por isso, o odiaram ainda mais.” - Gênesis 37:2-5
A Bíblia nos conta que por causa destas diferenças, os irmãos de José o venderam como escravo a uma caravana de mercadores que ia ao Egito
 (Gn.37:28). Anos se passaram, e por fim se cumpriram os sonhos que Deus dera a José e ele so tornou o Governador de todo o Egito. Mas quando reencontra seus irmãos que foram atrás de comida, não decide se vingar, mas perdoa e os chama à restauração do relacionamento:

“Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.” - 
Gênesis 45:3,4
Não acredito que haja tantas histórias de restauração familiar na Bíblia sem motivo algum. Penso que Deus deseja encher nosso coração de fé naquilo que Ele pode e quer fazer. Sei que as pessoas podem usar de seu livre-arbítrio para decidirem separar-se sem nunca mais desejar estar juntas. Mas muitas vezes isto só acontece por interferência espiritual maligna, e este quadro pode ser revertido.

Jesus falou que veio dividir uma casa (Lc.12:51-53). Com isso ele se referia àqueles lares em que uns se converteriam e outros não, e deixou claro que deveríamos colocá-lo em primeiro lugar, mesmo antes dos relacionamentos familiares. Se for necessário escolher entre Jesus e algum familiar, sem dúvida devemos optar por ele.

Por outro lado, vemos várias famílias sendo alcançadas conjuntamente no livro de Atos, o que nos mostra o plano e a intenção de Deus para as famílias. Se pudermos ter Jesus e a família juntos, melhor ainda!

UM TESTEMUNHO ATUAL
Além dos exemplos bíblicos de restauração familiar, decidi inserir uma história de nossos dias; o relato a seguir é verdadeiro, foi escrito por Marcelo Mendes, um irmão e amigo que tive o privilégio de acompanhar desde o início de sua conversão a Cristo, e que hoje, juntamente com sua esposa Simone, tornou-se um canal de bênçãos para muitos na Comunidade Vida, em Guarapuava/Pr:
“Minha vida começou a ser transformada em meados de 1994, quando estava casado à cinco anos, com uma mulher maravilhosa, a Simone, e tendo uma filha graciosa de três anos, Luana. Eu me achava com uma vida “boa” e dizia ser um cara realizado, por dispor de uma família estável e uma condição financeira razoável. Nesta época, achava que não precisava de nada, mas a verdade é que eu era um miserável e não podia enxergar.
Naquele tempo, havia uma pressão espiritual muito grande sobre mim. Sentia um desejo de experimentar coisas novas, sair da rotina, mudar alguma coisa. E além de não ter nenhuma orientação correta da parte de alguém que conhecesse a Deus, havia meus amigos insistindo para que buscássemos prazer em outros lugares, mulheres, bebidas e coisas do gênero.
Foi neste contexto que conheci uma pessoa, em uma festa na casa de uma prima, quando minha esposa estava viajando na casa de seus pais. E, em resumo me envolvi com ela. Não me dei conta de que a partir de então, não apenas estava destruindo minha família e pecando contra Deus, mas também pecava contra a própria pessoa com quem me envolvi.

Decidi separar-me e viver com essa outra pessoa. E mandei que minha esposa fosse embora, pois não queria que permanecesse na mesma cidade. Tivemos situações de medo, angustia, até tristeza, e em meio a toda essa crise, vivi dias de depressão, chegando até mesmo a pensar algumas vezes em suicídio, pois já não sabia mais o que queria fazer, e se me aventuraria em um novo relacionamento jogando fora um casamento que já durava cinco anos. E infelizmente, fiz a escolha errada. 
Quando comecei a viver com essa outra pessoa, pareceu, a princípio, ter sido a melhor decisão, e isso durou cerca de dois anos e meio. Mas, quando recebemos favores do diabo, chega o momento da cobrança, e o preço é caro. De modo que, nos últimos nove meses desse período, comecei a viver no inferno. E não estou acusando a outra pessoa, pois eu mesmo muitas vezes me sentia oprimido a agir de forma que também não me agradava. 

Por várias vezes, depois de várias discussões, pousava na rua, buscava refugio em amigos, bebidas, etc. Tentamos ter um filho, mas desde os dezoito anos, fui informado por um médico do Exército, que possuía uma deficiência na geração de espermatozóides férteis, e que na ocasião do meu casamento, devia planejar filhos logo no início, pois com o passar dos anos não seria mais possível, o que me fez concluir que o diagnóstico já estava se cumprindo nesta época.
E é em momentos como este, quando estamos vulneráveis à ponto de nos entregarmos a total derrota, que vem o livramento do Senhor. A pessoa com quem eu vivia começou a freqüentar a igreja e entregou sua vida a Jesus. Depois disto, me chegou às mãos uma mensagem gravada do pastor Luciano Subirá, intitulada “Remidos do Inferno”, e confesso que o Senhor me pegou de jeito! Ao ser confrontado, senti as minhas misérias e naquele momento pude sentir o verdadeiro amor do Senhor... era como se todos os meus problemas e meus pecados fossem lançados ao mar, e a partir daquele dia decidi seguir Jesus Cristo e passei a também a frequentar a igreja.
Começamos a participar de um grupo de estudos que enfatizava muito os princípios de Deus para a família, e quanto mais conhecíamos ao Senhor e sua Palavra, mais incomodados ficávamos pela forma como estabelecemos nosso relacionamento, quebrando as leis de Deus. Esta situação, entre outras, contribuiu para o término do nosso relacionamento.
Fui a Curitiba e pedi perdão à minha esposa por tudo o que havia feito contra ela. Descobri então, que ela também havia conhecido a Cristo. No dia de nossa separação, quando a Simone embarcou no ônibus, uma senhora sentada ao seu lado percebeu sua tristeza e ministrou naquela mesma hora ao coração de minha esposa. Ela disse que podemos perder tudo nessa vida, mas que o mais importante era sabermos que o Senhor Jesus jamais nos desampara, que Ele é a nossa força e tem o poder de nos restituir tudo aquilo que perdemos. Ao desembarcar em Curitiba, com minha sogra à sua espera (que pensava como poderia fazer para consola-la), minha esposa desceu do ônibus muito feliz, dizendo que podia ter me perdido, mas que havia conhecido algo muito mais especial; dizia que descobriu o verdadeiro amor na pessoa do Senhor Jesus.
Deus me abençoou com a restauração da minha família. Alguns meses depois nos casamos “novamente” e a confirmação desta aliança restaurada veio através do nascimento de nossa segunda filha (a Amanda) no ano de 1999, contrariando todos os diagnósticos médicos de minha impossibilidade de ter filhos.

Hoje, quando olho para trás e vejo o quanto Deus mudou minha vida e família, encho-me de gratidão ao Senhor e me sinto desafiado a lutar no ministério pela restauração de famílias. Tenha certeza de que Ele pode fazer algo por você também!...”

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