“Desde que nascemos, começamos a envelhecer.” A afirmação é da dermatologista Meire Odete Parada, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia da Regional São Paulo (SBD-SP). A solução, segundo ela, é usar filtro solar a partir dos 6meses de idade. Dá para acreditar? “Dessa forma, você previne o envelhecimento causado pelo sol ao longo dos anos”, completa. Na verdade, os raios ultravioleta são apenas um dos fatores que contribuem para o envelhecimento precoce da pele. Cigarros, álcool, alimentação desregrada, estresse e falta de sono completam a lista dos principais vilões da boa saúde das camadas da pele, a derme e a epiderme.
E agora que as informações sobre o que faz bem e o que faz mal estão mais difundidas, as pessoas querem cuidar-se cada vez mais cedo. Na busca dessa “juventude eterna”, os cremes antienvelhecimento (antiage, em inglês) surgem como alternativa para quem almeja uma pele com aparência saudável por mais tempo. Vendidos em farmácias, supermercados e por encomenda, eles são indicados para peles a partir dos 25 anos. “Dos 15 anos aos 25 anos, as pessoas têm mais acne. Depois, os efeitos solares podem causar mais rugas”, revela Meire.
Mas será mesmo possível comprar esses produtos nas prateleiras sem a indicação de um dermatologista? “Há linhas de ponta, contudo, também existem muitas porcarias”, ressalta o médico Paulo Barbosa, dermatologista de Salvador (BA). Por isso, ele recomenda ficar de olho nas referências desses itens. “Há sempre o risco de ocorrer alguma incompatibilidade com a pele, como hipersensibilidade e alergias”, completa.
Nas prateleiras
Segundo os especialistas, é importante ter em mente que o princípio ativo deles é pequeno. Isso ocorre porque são vendidos nas prateleiras de forma genérica e, por isso mesmo, não podem ter uma concentração alta de determinada substância. “Enquanto o médico receita um manipulado que chega a ter 10% da composição ativa, os vendidos em supermercados e farmácias têm 0,02% de concentração”, explica Meire. O ideal, segundo ela, é usá-los como complemento ao tratamento.
Além disso, cremes à base de retinoide e alfahidroxiácidos – que são dois ativos encontrados em vários cremes antiage - são bons para o rejuvenescimento, embora deixem a pele muito sensível ao sol. “Isso pode ocasionar manchas e até mesmo queimaduras”, revela a médica Andréia Mateus Moreira, coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Na opinião da especialista, “esses cremes devem ser utilizados após minuciosa avaliação do dermatologista para evitar queimaduras, espinhas e dilatação dos poros”. E é importante sempre aplicar protetor solar antes de encarar a luminosidade do dia.
De uns tempos para cá, a publicitária Renata Prestes, de 36 anos, está percebendo sua pele mais oleosa. Ela passa cremes no rosto há 11 anos. “Não havia aparecido qualquer sinal. Eu quis aplicar por prevenção mesmo” comenta. Renata considera o resultado ótimo até agora, com exceção da oleosidade. “Não sei se é genético, mas não vejo os efeitos da idade na minha pele.” Seus cuidados, no entanto, vão além.
Pela manhã, a publicitária lava o rosto com um sabonete próprio para sua pele, retira o excesso de oleosidade, passa o creme antienvelhecimento e aplica protetor solar. À noite, retira a maquiagem e passa um tônico. “Já fui a dermatologistas e todos disseram que minha pele está ótima”, ressalta. Porém, ela admite que pretende ter ainda mais cuidado, por causa da sua idade. E quer fazer um exame minucioso para ver a origem de sua oleosidade, que, acredita, deve ser resultante do excesso de cremes na pele do rosto.
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