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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Você cuida do seu casamento como cuida do seu carro?




...se o compromisso é o combustível do casamento, qual seria o combustível do compromisso?
Ainda ecoam em nossas mentes as notícias do falecimento de Jorge Amado. Dentre tantos méritos que esse cidadão brasileiro teve, um dos mais admirados e admiráveis foi a sua felicidade conjugal, mérito este compartilhado, é claro, por sua companheira de longos anos, Zélia Gattai.E eu fico imaginando, cá com meus botões evangélicos, o que teria levado um humanista cujos escritos popularizaram a promiscuidade, a permanecer com a mesma mulher por tanto tempo, e ao que tudo indica, sendo para ela tudo que uma mulher quer de um homem.
Por outro lado, um dos escritos mais sublimes que conheço diz assim:

Ah! Eu preciso ser manso e amigo
Ser rocha e abrigo
Pra quem quer comigo na vida viver
Ah! Eu preciso ter olhos abertos
Motivos bem certos
Pra nunca enganar
Essa gente esgotada
De tanto chorar
Sabem quem escreveu isso? Pois é, quem diria, Caio Fábio (letra para uma linda música do falecido compositor Sérgio Pimenta). Tudo bem, ele não se referia ao amor romântico, mas… Ah! Como teria sido lindo vê-lo praticar isso até o fim com os que lhe eram mais próximos! Que maravilha se ele terminasse a vida como Jorge Amado!
Certamente não tenho a pretensão de dar explicações teológicas sobre esses paradoxos da vida. Isso dá um nó na minha cabeça, tanto quanto na sua. Mas essas questões me fazem refletir: Se alguém consegue essa felicidade conjugal contando apenas com os recursos da graça comum, por que eu não iria alcançá-la contando com os recursos da graça de vida da qual somos juntamente herdeiros, conforme 1 Pedro 3.7?
Filha de pastor, que sou, acabei decorando a liturgia do casamento usada por meu pai nas décadas de 50 e 60:
Com este anel selo minha união contigo
E te faço participante de todos os meus bens…
Na felicidade ou na desventura
Na riqueza ou na pobreza
Enfermo ou com saúde
Para amar-te e querer-te
Até que a morte nos separe,
De acordo com a santa vontade de Deus.
Para isso empenho a minha honra.
É certo que as palavras precisam de uma nova versão, mas os conceitos continuam os mesmos. Porém há os que simplesmente ‘deixam de amar’, ou os que dão lugar à reclamação com terceiros, à amargura.
Lembro-me de uma aula do Dr. Howard Hendricks, famoso escritor e conferencista, em que ele menciona as lamúrias de um homem que viera em busca de aconselhamento:
- Minha vida conjugal tem sido um fardo. Minha esposa é uma megera, nada está bom pra ela.
- Mas meu amigo – respondeu o Dr. Hendricks – como você foi se casar com uma mulher assim?
- Antes ela não era assim.
- Ah! Você a transformou nisso!
A falta de compromisso é a causa de políticos corruptos, médicos exploradores, policiais criminosos. Por que podemos nos indignar com aqueles e não com cônjuges descompromissados? A cultura atual quer taxar de incompreensivos e radicais os que estimulam o cumprimento do compromisso conjugal assumido. Porém, ele é uma questão de decisão e vontade tanto quanto qualquer outro.
Mas se o compromisso é o combustível do casamento, qual seria o combustível do compromisso?
Agora terei que apelar para a experiência própria de 27 anos de casada. Carlos e eu podemos afirmar, como Paulo, que somos os principais dos pecadores. Na falta de recursos humanos para tal desafio, que é manter um casamento saudável e próspero, apelamos para os recursos divinos.
A gasolina do compromisso conjugal para nós tem sido uma entrega total da nossa vida a Cristo, aceitando-O como a fonte essencial de recursos para vivermos bem, casados ou sozinhos. Apesar do compromisso inicial com Cristo ter acontecido num momento de entrega tão íntimo e sublime quanto uma noite de núpcias, a sua manutenção depende de uma decisão constante em deixá-lO tomar as rédeas dos nossos pensamentos, sentimentos e ações. A leitura bíblica, oração a sós e a dois, boa conversa e boa leitura determinam o grau de pureza desse combustível.
Há também os aditivos. A determinação de ser uma companhia agradável, de ser agradável aos olhos, o toque carinhoso. A luta constante contra a tendência à autocomiseração, ao sarcasmo. As viagens, passeios, jantares. A cumplicidade.
Sou secretária do meu marido. De vez em quando o surpreendo com um abraço por trás, um beijinho no pescoço. Ele, sempre tão atarefado, nunca reclamou desse tipo de interrupção. É apenas um aditivo a mais para o combustível do nosso casamento.
Por: ARTEMIS FERNANDES PINTO

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