Havia, numa pequena cidade, um homem chamado Zé Muxoxo. Era uma figura folclórica, conhecido por todos pelo seu desânimo, suas reclamações constantes, seu pessimismo e sua crônica falta de energia. Ele vivia desalentado com a vida, sempre achando tudo muito custoso, muito difícil. Por fim, decidiu que seria melhor e mais fácil morrer do que continuar vivendo. Entrou num caixão e pediu que o levassem para o cemitério. A cidadezinha parou para assistir a um enterro tão inusitado!
Logo formou-se um grande cortejo atrás do defunto vivo; uns penalizados, outros revoltados, a maioria simplesmente curiosa. Um conhecido seu, avisado daquele absurdo, correu ao seu encontro e pediu aos que levavam o caixão que parassem. “Zé, não faça isso”, disse-lhe. “Tanta gente querendo viver, esforçando-se para isso, e você desistindo da vida? Tire essa idéia louca da cabeça, rapaz!”
O homem abriu a tampa do caixão e retrucou: “Não adianta. Não quero mais viver. Estou cansado de ter de lutar para sustentar a minha casa, ter de trabalhar para ganhar a minha comida. Eu desisto”. “Não seja por isso, Zé!” tornou o amigo, querendo animá-lo. “Olhe, eu dou duzentos quilos de arroz para você, de graça. Tão cedo você não vai precisar trabalhar para se manter”. Zé Muxoxo revirou os olhos, coçou o queixo, pensou, refletiu… e depois perguntou: “Esse arroz seria em palha ou beneficiado?” “Em palha, ora essa!” respondeu logo seu conhecido. O Zé fechou a tampa do caixão e gritou para os que o carregavam: “Toca pro cemitério!”Esse caso pode ser engraçado, mas nos tornamos assim quando nos entregamos ao desânimo: derrotados, pessimistas. Achamos que tudo muito árduo, muito difícil. Enxergamos problema em tudo. Desprezamos todas as ofertas de ajuda. (Marcelo Aguiar, em Cura Pela Palavra, pg 94).
Oii amiga, minha mãe sempre me divertia usando essa frase, "Toca o enterro", sempre que tinha preguiça de fazer algo, kkk, foi bom recordar o conto! bjoooss
ResponderExcluir