Leitura Bíblica: Jo 13:34,35; Lc 6:27-35
I PARTE
INTRODUÇÃO
A primeira característica do fruto do Espírito é o seu próprio pressuposto: o amor. Sem que haja o verdadeiro amor na vida do crente, nenhuma das outras características poderá se manifestar na vida do homem. O amor e o seu contínuo desenvolvimento é o que deve ser buscado pelo cristão a cada dia, até o dia do arrebatamento da Igreja.Um amor que não é meramente teórico, que não é somente um belo discurso ou um estado mental, mas, sim, um amor prático, que faz boas obras e que faz os homens glorificarem a Deus que está nos céus(Mt.5:16).
O amor é uma virtude que deve estar acima de quaisquer circunstancias em nossas vidas. Se “amarmos a Deus sobre todas as coisas”, não teremos problemas com o próximo e nem com nós mesmos, Mateus 22;34-40.
I – OS TRÊS TIPOS DE AMOR
Amor é a suprema virtude do Fruto do Espírito, e a maior verdade revelada por Deus aos homens é: Deus é amor (I Jo.4:8b). Apesar de ser algo conhecido de todos, lamentavelmente não é uma realidade que se possa atingir com o intelecto ou com a mente. Somente aqueles que se convertem e recebem o Espírito Santo em suas vidas é que podem, efetivamente, ter o amor divino e, assim, desenvolver as nove qualidades apontadas nas Escrituras como sendo o fruto do Espírito.
Jesus deixou-nos muito claro ao dizer que seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor(Jo.15:12; I Jo.2:10,11; 3:10,11). Mas a respeito de que amor Jesus estava falando? Há, pelo menos, três tipos de amor que consideraremos resumidamente:
1) Amor Divino(Jo 3:16) - Numa das mais sucintas, mas muito profundas, definições de Deus na Bíblia, o apóstolo João, que é chamado de "apóstolo do amor", disse que Deus é amor (I Jo.4:8b). Em seu evangelho, João, que desfrutou como ninguém da intimidade com Jesus Cristo (cfr. Jo.14:23), deixou-nos, igualmente, a mais sucinta síntese do plano da salvação, no chamado "texto-áureo" da Bíblia. Nele, uma vez mais, o apóstolo mostra qual é a essência de Deus, ao nos dizer que "Deus AMOU o mundo de tal maneira" e, assim, nos enviou seu Filho Jesus Cristo. O amor mencionado nas Escrituras como sendo a essência divina é o chamado amor "agapê", assim denominado pela palavra grega utilizada no Novo Testamento para esta espécie de amor. Usado cerca de 250 vezes no Novo Testamento, “agapê” é a palavra utilizada todas as vezes em que se menciona um amor que tem como origem o próprio Deus, a começar do chamado " texto áureo da Bíblia". É um amor que não leva em consideração o valor do ente amado, que não se importa em satisfação própria, mas que tem prazer tão somente no benefício do ente amado. Envolve a inteligência, as emoções e a vontade(faculdades da alma).
O amor proveniente de Deus é o amor que leva em consideração o outro, não a si próprio. Deus não ama o homem porque tenha ele algum valor diante de Deus, pois o homem e toda a sua justiça, como descreveu o profeta, não passa de trapo de imundícia(Is 64:6). Diante do Senhor, o homem é como um vapor, é como a erva do campo(Tg 5:14; 1Pe 1:24). Apesar disto tudo, Deus nos ama e nos quer bem a todo instante e, neste amor, humanizou-se e se fez maldito para nos proporcionar o restabelecimento da comunhão perdida por causa do pecado e, assim, tornar possível que voltemos a viver eternamente na sua companhia! Isto é o amor agapê, tão bem descrito em 1Co 13, cujas características são:
- O amor é sofredor(I Co.13:4), ou seja, quem tem o verdadeiro amor proveniente de Deus não se importa com o sofrimento, com o padecer. Quem ama, sofre se este sofrimento representa o bem do ente amado. O amor divino é altruísta, ou seja, vê o benefício do outro e vive em função do outro, não de si mesmo.
- O amor é benigno(I Co.13:4), ou seja, quem tem o verdadeiro amor proveniente de Deus não é malicioso, não tem má-fé, más intenções (ou, como se diz, "segundas intenções"). Quem ama sempre é movido pela boa-fé, pela pureza de propósitos, de intenções e de pensamentos.
- O amor não é invejoso (I Co.13:4), ou seja, quem tem o verdadeiro amor não cobiça o que é do próximo, não se incomoda com o sucesso, o êxito e o bem-estar do seu semelhante. A inveja, diz-nos a Escritura, é a podridão dos ossos (Pv.14:30b) e, em razão dela, ocorreu o primeiro homicídio. Queiramos o progresso e o sucesso do próximo, alegremo-nos com a alegria do outro, não cobicemos as suas bênçãos, nem a sua posição. Jesus, sendo o próprio Deus, fez questão de prometer e destinar aos seus servos maior êxito e maior sucesso ministerial do que o dEle próprio (Jo.14:12). Se não agüentamos o bem do próximo, o sucesso do nosso vizinho, do nosso irmão, do nosso companheiro de trabalho, cuidado, este é um sinal evidente de que nós não amamos e que, portanto, não é um verdadeiro filho de Deus.
- O amor não trata com leviandade (I Co.13:4), ou seja, não busca a vanglória, não tem o objetivo de alcançar a vaidade, o poder pelo poder, a satisfação pela satisfação. Muito pelo contrário, o verdadeiro amor sempre tem uma finalidade: o de obter a glorificação de Deus. Jesus tudo fez neste mundo para que o nome do Senhor fosse glorificado (Jo.17:4) e deve ser este o comportamento de todo verdadeiro cristão (Mt.5:16).
- O amor não se ensoberbece (I Co.13:4), ou seja, o amor não gera orgulho. O amor proveniente de Deus não cria uma auto-suficiência no homem, não o faz sentir melhor do que os outros, não faz nascer um senso de superioridade em quem ama. O orgulho só aparece quando se acha iniqüidade no ser orgulhoso, exatamente do mesmo modo que ocorreu com o diabo (Is.14:12-14 c.c. Ez.28:15).
- O amor não se porta com indecência(I Co.13:4), ou seja, quem ama não é indecente, segue os bons costumes, demonstra pudor, compostura e respeito. Quem ama é puro, tem autoridade moral, sendo transparente e de excelente reputação. Será, sim, criticado, mas as críticas que lhes forem feitas, apenas servirão para evidenciar o seu bom testemunho e o bom porte apresentado diante de Deus e dos homens (I Pe.2:12).
- O amor não busca os seus interesses (I Co.13:5). Como já dissemos, o amor proveniente de Deus é altruísta, leva em conta o outro, não está interessado em si mesmo, nem em seu próprio benefício, mas antes quer o benefício do outro.
- O amor não se irrita (I Co.13:5), ou seja, o amor apresenta uma mansuetude, uma tranqüilidade, irradia uma paz que é diferente das promessas de paz oferecidas pelo mundo. A paz daquele que ama é, precisamente, a paz de Cristo (Jo.16:33), a paz verdadeira. O amor não é irritante, não provoca contendas, divisões, nem se envolve em competições e em tarefas de destruição do próximo. O amor tudo suporta (I Co.13:7).
- O amor não suspeita mal (I Co.13:5), ou seja, quem ama não faz suposições maldosas contra o próximo, não é preconceituoso, não julga precipitadamente pela aparência, não se acha superior aos demais. Jesus determinou que não devemos julgar com base na aparência, mas de acordo com a reta justiça (Jo.7:24). Jesus nunca suspeitou os outros mal, a ponto de, mesmo sabendo que estava sendo traído, ter chamado Judas de amigo(Mt.26:50).
- O amor não folga com a injustiça(I Co.13:6), ou seja, o amor não compactua com a injustiça, nem a admite ou tolera. Quem ama, não pratica a injustiça, pois o filho de Deus é um praticante da justiça (I Jo.3:10). Jesus, a quem devemos imitar, é justo (At.3:14). Somente quem pratica a justiça poderá habitar no tabernáculo do Senhor (Sl.15:1,2).
- O amor folga com a verdade (I Co.13:6), isto é, o amor sempre opta pela verdade, jamais se manifesta através ou por intermédio da mentira ou do engano. Por isso, Deus, que é amor, também é verdade (Jr.10:10). Jesus, como Deus que é, também é a verdade (Jo.14:6). A Palavra de Deus é a verdade (Jo.17:17) e, por isso, quem ama tem prazer em obedecer aos mandamentos do Senhor.
Como podemos perceber, o amor divino não é uma teoria, não é um estado mental, mas é um conjunto de ações concretas, de atitudes efetivas que devem ser feitas pelos servos de Deus, não apenas faladas, pensadas ou meditadas.
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