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sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Bíblia e o Espelho

As mulheres, principalmente as mulheres, são amigas do espelho.  Ele reflete a beleza da mocidade, a perfeição da maquiagem, o volume dos cabelos, as formas do corpo.  Não só as mulheres.  Visitamos o espelho pelo menos duas ou três vezes ao dia.  Faz parte do quotidiano das pessoas.Mas, assim como revela a beleza do corpo, também expõe as deformidades, as primeiras rugas, pequenas manchas na pele.  O espelho é amigo confidente, mas fiel.  Irritantemente fiel.  Acompanha passo a passo nossas transformações corporais, do nascimento à morte.  Vê em primeira mão os primeiros traços de nossa velhice, os primeiros cabelos brancos.
 Nesta circunstância, às vezes é visto como um inimigo.  Inimigo mudo.  Por que falar?  A imagem diz tudo.  Nós é que interpretamos a imagem nele revelada.  Creio haver pessoas que protestam e fazem abstinência de espelho.  Não adianta.  Ao retornarem a ele, verificam que realmente os anos da juventude se foram.
Minha ênfase às mulheres não é de nenhuma forma pejorativa.  Sabemos que o cuidado com o corpo faz parte da alma feminina.  É-lhe intrínseco.
A Bíblia é o espelho da alma.  O espelho reflete a superfície do corpo; a Bíblia, os subterrâneos do nosso ser.  “Penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.  O espelho mostra os contornos físicos; a Bíblia, o mais profundo de nossos sentimentos.
A Bíblia revela com precisão nossos defeitos espirituais.  Por isso, muitos se afastam dela.  Não a aceitam.  Ela coloca às claras nossa rebeldia.  Mostra todos os monstros que alimentamos em nosso interior.  Não apenas monstros.  Revela também nosso lado positivo, boas intenções.  Ela denuncia, principalmente, o nível de nossa comunhão com o Criador.  Aqui é que o homem vê o quanto está alienado de Deus.  O quanto é um miserável pecador.
Não adianta adiar o confronto.  Não adianta odiar a Bíblia, em razão de sua ação acusadora.  Há revelações divinas escritas no âmago da consciência dos homens. Dessas não podemos fugir.

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Juliana Crochê & Cia