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domingo, 13 de novembro de 2011

O ministério da vida conjugal


A Bíblia faz um paralelo entre as relações de Cristo com a Igreja com as relações do marido com sua esposa, e coloca tudo isso como um mistério profundo (Ef 5.32). No Novo Testamento a palavra mistério não se refere a algo secreto, misterioso ou enigmático. Pelo contrário, fala de algo antes não conhecido, mas que passou a ser conhecido, revelado, compreendido.

Falando de casamento, podemos dizer que a vida conjugal não deixa de ser misteriosa em muitos aspectos. A vida a dois é um mistério para ser desvendado a cada dia. Sou casado há 26 anos e continuo tendo surpresas todos os dias com minha esposa. Não podemos esquecer que as pessoas mudam. Não somos os mesmos depois de algumas décadas. Tudo muda e nós também mudamos.

Lamentavelmente muitos casais enfeam o casamento com a violência doméstica, que não diz respeito apenas a agressões físicas, mas também com palavras e indiferenças mútuas. Não é fácil superar isso, pois é como um efeito dominó, que tem passado de geração para geração. O casamento tem sido o empreendimento de vida para o qual as pessoas menos se preparam, quando desde crianças deveríamos ser preparados pelos pais para este que é o maior investimento na vida. Como os pais não foram preparados, também não têm condições de preparar seus filhos. O casal chega para o casamento despreparado e logo começa a experimentar a violência doméstica. Mas isso pode mudar com a graça de Deus e com a prática dos princípios bíblicos.

Não hesito em dizer que muitas de minhas impressões sobre o casamento mudaram desde o início. Antes eu pensava que o casamento era quase que automaticamente indestrutível. Hoje sei que ele pode acabar; antes eu pensava que só daria certo com uma mulher, a que casei. Ela foi criada exatamente para mim e só funciona comigo. Hoje, acredito que poderia me relacionar bem com uma outra mulher que não fosse a que casei, e que ela também poderia encontrar um outro marido até bem melhor que eu. Com isso não estou subestimando o padrão do casamento, pois não quero jamais separar-me da minha esposa, mas entendo que é assim que as coisas são. Temos romantizado muito o casamento e tememos ser mais realistas. Chego mesmo a pensar que qualquer homem daria certo com quase qualquer mulher e vice-versa. Basta para isso seguir os critérios das boas relações. Você pode se apaixonar facilmente com a convivência. A questão não é com quem, mas como se convive. Nos tempos passados, os pais arranjavam casamentos para os filhos, e eles nunca se separavam. Hoje, experimentamos de tudo com quase todas, adiantamos as coisas, mas logo se acaba. 

Um dos mistérios do casamento está na consciência da construção diária da vida conjugal. “Só é duradouro o que se renova a cada dia”. O casamento nunca pode envelhecer, ele deve ser como a lua, que todo mês é nova. Todo casamento pode esfriar, mas nenhum casamento precisa esfriar. Todo casamento pode acabar, mas nenhum casamento precisa acabar. O problema é que lutamos para conquistar a pessoa amada, mas esquecemos que quando casamos devemos continuar essa conquista todos os dias. Não somos como máquinas programadas para fazerem exatamente o que foi planejado. Pelo contrário, tudo está ligado com tudo, e tudo depende do momento, das ações e reações. Criar critérios de conduta é excelente para um casamento de qualidade. Devemos ter hábitos saudáveis para o bom andamento da vida a dois. Se o seu casamento não está como uma fogueira com labaredas altas, e sim como uma fogueira em cinzas, pode ser que debaixo dessas cinzas existam brasas ainda vivas. Que tal uma assoprada sobre o borralho!? Se for o caso, recomece das cinzas, mas não deixe seu casamento esfriar ou se apagar. A Bíblia mostra dois estilos de casamento: existe o padrão do marido líder e a mulher como auxiliadora capaz, onde o casal vive em harmonia, com os papéis bem definidos – o marido é o cabeça e a mulher é submissa ao seu esposo. Essa visão do casamento é bíblica e normalmente identifica o início da vida conjugal. Ela vale para a vida toda, mas percebe-se que à medida que o tempo passa e os casais crescem no relacionamento, essa questão de quem manda perde força, pois a cumplicidade e qualidade da relação dispensam que tais papéis sejam enfatizados.

No decorrer dos anos o casal tende a ficar tão parecido, que chega mesmo a inverter os papéis em várias situações, sem que haja nenhuma crise de competência. Quando a Bíblia diz que o homem ao deixar pai e mãe para se unir à sua mulher, torna-se uma só carne com ela (Gn 2.24), está falando de uma experiência para a vida toda. Cada vez mais me sinto identificado com minha esposa no sentido de apoiá-la e ajudá-la em seus afazeres. Isso vai se tornando tão forte com o tempo, que chegamos quase a sentir o que o outro sente e a pensar o que o outro pensa. Esse é um dos mistérios da vida conjugal que só conhece quem vive nessa dimensão. O tempo muito revela sobre isso.

Uma das áreas mais problemáticas na vida de muitos casais é a financeira. Muitos não se entendem nesse quesito. Sei de casais onde o marido não compartilha nada nessa questão. Ela não sabe quanto ele ganha e nem onde aplica o dinheiro. Outros casais mantêm o dinheiro separado. Quando os dois trabalham e cada um administra o seu dinheiro. Esse é um assunto que cabe a cada casal decidir, mas sou de opinião que o casal deve juntar a renda de ambos para fins comuns.

Só existe casamento com duas pessoas, mas a qualidade do relacionamento depende da postura, do caráter e da maturidade de cada um dos cônjuges. Muitas brigas e até separações resultam da culpa jogada no outro, quando nenhum quer assumir responsabilidade pelos problemas conjugais. Quando cada um assume a responsabilidade de zelar pelo casamento sem depender do outro para tomar certas atitudes, o casamento muda para melhor. Não posso controlar meu cônjuge, mas posso controlar minhas ações e reações. O respeito mútuo é fundamental. Não existe casamento sem respeito entre as partes. Cuidado pessoal é indispensável. Uma pessoa com baixa auto-estima tem dificuldades conjugais com mais facilidade. Para estar bem com meu cônjuge, devo estar bem comigo mesmo. Problemas na comunicação têm provocado muitas crises conjugais. Não basta ouvir o que o outro diz, deve-se ouvir também o que não foi dito. Por incrível que pareça, muitos casais não conseguem falar de si mesmos, dos sentimentos, das impressões e opiniões pessoais. Falam apenas de coisas externas ao casamento ou das coisas que ficam longe do coração. Muitos casais ainda não entenderam que os dois jogam no mesmo time. É bobagem achar que é vantagem ficar sobre o outro. No casamento, quando um ganha o outro ganha, mas quando um perde o outro também perde. Casamento é viver em equipe. É um pelo outro sempre, nunca um contra o outro.

Termino falando de romantismo e de vida sexual. O romantismo deve ser o ambiente do casamento, para que o momento do ato sexual seja de alto nível. A diferença entre homem e mulher não podem ser ignoradas jamais. O homem é fogão a gás, a mulher é fogão a lenha. Ele está sempre pronto, ela deve ser preparada. Esse preparo muitas vezes vem de dias passados. Não considerar isso é viver frustrado numa área das mais sublimes, que é o sexo. É como observou certa vez o comediante Billy Crystal: “As mulheres sempre precisam de uma razão para fazer sexo. Os homens só precisam de um lugar”. Para a mulher, o mais importante é a afeição. Para o homem, o mais importante é o sexo. O casal deve se empenhar para que ambos usufruam juntos do prazer sexual, mas não podem esquecer do ensino bíblico de que não devem se recusar um ao outro (1 Co 7.1-5). Como o homem vive predisposto para o sexo, a mulher sábia fará sexo com seu marido mesmo sem está com vontade. Durante a relação, a vontade chega. Muito sexo, já! 

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